domingo, 12 de dezembro de 2010

Sporting ressuscita o velho fantasma do Natal

José Eduardo Bettencourt, um líder que já conheceu melhores dias

Quando em tempos não muito distantes se falava na quadra do Natal em termos futebolísticos, ela servia invariavelmente para falar do Sporting CP e dos seus inêxitos, dizendo-se mesmo que no Natal o Sporting CP dizia adeus aos títulos.
Este ano essa situação ressurgiu para desgosto dos inúmeros apaniguados do leão, já que ontem, ao ser derrotado em Setúbal por 2-1 em jogo dos 1/8 final da Taça de Portugal e a distantes 13 pontos do FC Porto na Liga ao fim de 13 jornadas, ao Sporting CP resta-lhe a continuidade na Liga Europa e a distputa da Taça da Liga a partir do mês de Janeiro de 2011, embora esta seja uma competição menor no contexto do futebol nacional.
Para quem como o Sporting CP entra em todas as competições para ganhar, embora esta realidade se vá esbatendo de ano para ano face à grande clivagem orçamental  dos leões em contraponto com os rivais SL Benfica e  FC Porto, que lutam com outras armas indiscutivelmente mais fortes, a verdade é que mesmo com um orçamento menor, a preparação desta época assumiu foros de catastrofista, já que quanto às aquisições leoninas, o que se pode dizer a bem da verdade é que os fracassos são mais do que muitos.
Chamando Costinha já na parte final da temporada passada para o cargo de director desportivo dando-lhe então carta branca para reorganizar o futebol do Sporting CP, José Eduardo Bettencourt, o presidente leonino correu riscos inusitados, tal como anteriormente já havia corrido ao escolher o temperamental Ricardo Sá Pinto para o mesmo lugar.
Sportinguista assumido desde os tempos em que ainda jogava futebol, Costinha deixou as chuteiras ao serviço do Atalanta para ingressar no seu clube do coração, tendo até aos dias de hoje conhecido fundamentadas dificuldades para levar a água ao seu moinho, e a começar gradualmente a ver cair sobre os seus ombros, bem como do presidente, um rol de críticas por parte dos adeptos.
Deixando sair Miguel Veloso para o Génova e João Moutinho, que viria a ser apelidado por JEB de "maçã podre" para o FC Porto, o encaixe de 20 milhões de euros por ambos acabou no entanto por ser mal colmatado, com o Sporting a contratar Evaldo (€3milhões), Torsiglieri (€3,2m), Jaime Valdés (€2,9m), Nuno André Coelho (€1m), Zapater (€2m), e ainda Maniche, já em fase terminal da sua carreira, e mesmo sobre o fecho das inscrições o brasileiro Tales de Souza e o guarda-redes alemão Timo Hildebrand, todos eles a custo zero.
O desinvestimento na formação, que culminou com a saída de dois meninos prodígio da Academia por troca com jogadores de classe duvidosa, e mesmo a opção por um treinador como Paulo Sérgio, um perfeito desconhecedor do que é a realidade de um clube grande e com um discurso por vezes a roçar o medíocre e a não transmitir qualquer empatia com os adeptos, fazem com que o leão tenha chegado a um dos natais mais tristes da sua história, com a partida da Taça de Portugal e com a Liga a ser apenas uma miragem.
Por isso, e depois de tanto e tão mal se ter apetrechado, começam a ser muitos os sinais exteriores descontentamento no seio do Sporting CP. As bancadas são um autêntico vulcão a poder entrar em erupção a qualquer momento com a Juventude Leonina perfeitamente de costas voltadas para a direcção e com aqueles que há não muitos anos, e mesmo sem conhecer o sabor da vitória  eram apelidados de os melhores adeptos do mundo a voltarem as costas literalmente ao clube, fazendo com que os leões tenham nos dias de hoje assistências ao nível de um V. Guimarães ou de um Sp. Braga. Muito mau mesmo para um clube desta grandiosidade.
Assim, é tempo de arrepiar caminho e chegada a hora de José Eduardo Bettencourt, eleito em Junho de 2009 com cerca de 90% dos votos, de tomar decisões de fundo, sob pena de o Sporting CP se afundar irreversivelmente.
Ainda não se poderá falar de um Quo Vadis Sporting CP. Mas que urge perceber o que mina as entranhas e as profundezas daquele que é um clube com uma História ímpar tanto no futebol como nas modalidades, nestas então com êxitos atrás de êxitos a nível nacional e internacional, isso urge.
Lanço daqui o repto: Levanta-te Sporting CP, o futebol português prescisa de ti forte!

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