segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Roberto, de vilão a herói?

Roberto, o que vale mesmo este guarda-redes?


Chegado à Luz com a árdua tarefa de substituir Quim e de ser o tal guarda-redes que "dá" pontos Roberto, um jovem "portero" que em Espanha brilhou nas camadas jovens do Atlético de Madrid e nas selecções jovens do seu país, viveu um início de época verdadeiramente tumultuoso.
Logo na pré-temporada o jovem espanhol denotou particulares dificuldades de integração no Clube, com intervenções que serviriam mesmo de gozo nacional, e sendo alvo de alguns cartoons a fazer analogias com o frango. No primeiro jogo oficial da época, e consequente derrota na Supertaça com o FC Porto, Roberto esteve incrivelmente mal e logo aí os profetas da desgraça falavam em substituição do guarda-redes, com o mais comum dos opinadores a traçar-lhe um cenário catastrófico, enfim... sempre sem conseguir dissociar o seu alto custo da sua contratação de €8,5 milhões,  e nunca colocando a hipótese de ser um jovem em adaptação a um clube e a um país diferente, e até mesmo o de estar pela primeira vez num clube onde joga sempre para ganhar.
No entanto, depois de Jorge Jesus à quarta jornada o ter colocado no banco num jogo na Luz com o Vitória de Setúbal, esse mal viria por bem. Nesse jogo, e depois da expulsão directa do guarda-redes brasileiro Júlio César, Roberto entrou em campo para defender um grande penalidade apontada pelo vitoriano Hugo Leal e tudo mudou na empatia de Roberto com os adeptos e também com os media.
Desde então, Roberto ganhou confiança com ele próprio e os seus colegas paulatinamente começaram a ganhar confiança nele, o que faz com que hoje seja mesmo um ídolo, e não raras vezes o melhor elemento benfiquista em campo, como se viu essencialmente ante o Lyon, no Estádio Gerland, e na última sexta-feira ante o Paços de Ferreira no Estádio da Luz.
Em minha opinião, Roberto nem nunca foi verdadeiramente um "frangueiro", nem agora é um guarda-redes de eleição. Sou mais pelo meio termo em relação a um jovem a evoluir, que nunca foi o vilão de antanho nem o herói de agora.
Sabemos que no futebol a besta e o bestial convivem lado a lado com grande frequência. Mas por favor, deixemo-nos de ser tão extremistas!

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