terça-feira, 23 de novembro de 2010

Futebol em crise na era da "ditadura" da televisão

Nos tempos em que esta televisão era topo de gama o futebol era uma festa popular

Sendo verdade que os parâmetros de evolução em termos sociais tem sido uma realidade avassaladoramente incontornável, e na maioria dos casos por boas razões, no que concerne ao futebol, embora venha sendo a tábua de salvação de alguns clubes, que assim amealham receitas antecipadamente ao venderem os seus jogos televisivos, a televisão tem servido inquestionavelmente como um mau motivo para tirar pessoas aos estádios e por acréscimo aquela paixão que fazia com que um jogo de futebol fosse uma questão de família, com os domingos à tarde a servirem para se fazerem verdadeira romarias até aos estádios dos clubes do coração de norte a sul do país.
Nos tempos de hoje, e com o aparecimento da SportTV, o futebol como que se banalizou em termos de horários, com jogos a realizarem-se de quinta a segunda-feira a horários pouco ou nada aconselháveis para que as pessoas se motivem a ir presenciá-los ao vivo.
Perante isto, e com o fenómeno de desertificação nos estádios, algo tem que ser discutido, sob pena dos clubes, para além de reféns dos direitos televisivos, ficaram igualmente arredados da componente humana, aquela que leva a paixão e que faz do futebol uma festa.
Não raras vezes se assistem a jogos dos campeonatos profissionais com poucas centenas de pessoas a assistirem, e mesmo os grandes já não arrastam como outrora aquela interminável legião de adeptos que eram o "abono de família" doz mais pequenos, que se esperavam como de pão para a boca daquela receita milagrosa.
Sinais dos tempos que terão que ser reflectidos por quem vive daquilo que é hoje uma indústria poderosa: o Futebol. Sob pena de quando for tarde demais não existir solução, mesmo que o remanso do lar e um belo sofá seja bastante aprazível a quem gosta de se sentar à frente do pequeno ecrã, a realidade é que sem massa humana o futebol e por acréscimo os clubes dificilmente sobreviverão.
Não digo com isto que seja intransigentemente contra os jogos serem transmitidos pela televisão, até pelos motivos já citados de em momentos de crise ela ser a "salvadora" das finanças das agremiações cada vez mais endividadas. No entanto, tudo o que é em excesso, como por exemplo se assiste no momento actual, essencialmente pelo despropositado horário dos jogos, pode ser o princípio do fim.
Aguardemos pelo que aí virá. O momento no entanto deverá merecer profunda reflexão!

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